Eu tenho 27 anos. Completo 28 em abril no ano que vem. Embora para muitas coisas ainda sou meio infantil, muita coisa muda quando você está pertinho dos 30. Não é como ter 21, 22 é diferente.
Você viveu ainda bem pouco. Muito pouco sim, porque eu acho tão legal ficar bem velhinho. Amo ouvir histórias de pessoas idosas. Viajo legal. Minha mente sempre viajou fácil. O tempo vai passando e eu continuo fã da Alice e do Peter Pan.
Um velho jovem, jovem nada velho essa é sensação. Já vivi um pouco. Apesar de ser uma grande tagarela sou uma boa ouvinte. Aprendo com experiência dos outros. É muito incrível como sua personalidade se desconstrói nesse período de transição. Você parece mais racional, menos romântico e outras coisas você valoriza. Se arrepende daquilo que cometeu com 17, 18 ou 19. Acha era meio boba quando mais nova, mas depois você diz"poxa valeu a pena eu aprendi, nossa."
Sua essência nunca muda, algumas crenças não.
Todavia com quase 30 você já sabe muito bem que o mudo não é bonito. Sabe que você precisa sobreviver, aceitar as diferenças. Então vem um dito certo"se a vida te der um limão, vai lá e faz a limonada. Você vai receber muito limão. Tudo muito azedo, amargo, no entanto vai ter pura consciência das suas responsabilidades e também que tem coisas que você simplesmente não mudam.
Você descobre que o amor é questão de adaptação. Não existe mesmo aquele príncipe. Existe até os sapinhos por ai. Os príncipes ficam chatos. Minha vó sempre disse que o amor se resume a paciência. Ela sempre esteve certa.
Tem hora que é a fase mais legal. Você sabe exatamente como estudar, trabalhar, dar a atenção a família, ter amigos, namorar e fazer esse texto. Com um pouco de equilíbrio suas 24 horas são um tempo mais perfeito que poderia existir.
Agora com quase 30 não vejo as mesmas culpas. Prefiro sempre substituir essa palavra por responsabilidade, assim como pena, por compaixão.
Pena acredite ela sempre tem o poder mais de destruir que o ódio. As vezes para aquele que sente e outras para tal objeto desse sentimento.
Tem hora que bate aquela vontade de ser criança. Então eu sou, brinco com a minha sobrinha.
A capacidade de compreensão aumenta.
Viver a realidade é bem melhor que a fantasia, mas você descobre também que uma precisa da outra. Com quase 30 você não se preocupa tanto que as pessoas vão te chamar de criança.
Tudo muda e algo essencial fica lá.
Eu amo meus quase 30. E tenho certeza que vou amar meus quase 40.
Sou feliz, porque agora com quase 30 eu descobri que mereço amar, ser amada, ser desejada, me divertir, mereço coisas boas em minha vida, porque muito fiz por merecer, tenho defeitos e não, não mesmo nunca você perfeita e nem ninguém, no entanto a felicidade é algo de dentro. E sim sou muito feliz.
