segunda-feira, 13 de abril de 2015

Mulher ao Espelho

Mulher ao espelho Cecília Meireles
Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.


Flor de poemas, Editora Record, 1998 - Rio de Janeiro, Brasil

http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia230.html(site)
22 anos-Loirissíma e magrela. 

Aos 19 anos ruiva. Esse carinha ai não é um ex namorado. É um cara muito importante meu irmão. Irmão de sangue mesmo.

Aos 5 anos vestida de caipira junto com meu irmão
Aos 24 anos- Sempre quis ter cabelos assim enroladinhos Estrella Photo Estúdio.
Aos 18 Cabelos longos
Foto mais recente 26 anos com minhas tias
Técnica em massoterapia
Gente eu amo tudo que eu conheço da obra de Cecília Mereles, que por um acaso ou força do destino Cecília também é o nome da minha mãe.
Eu sei também o quanto esse poema tem o tom meio depressivo e fala sobre as cobranças que todas nós mulheres sofremos ao longo do tempo.
Mas ele também fala de mudanças sobre um olhar nosso ao espelho. 
Eu como todas sempre quis mostrar algo a alguém e depois descobrir que não precisava disso para ser feliz. Além da mudança do visual minha mente mudou muito ao longo desse tempo.


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